segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Essa alma quer reza


Domingo à noite a Princesa sai para lanchar com o novo Candidato a Príncipe e esquece o MSN aberto.
Quando ela chega em casa, por volta da meia noite, a janelinha do MSN tá laranjinha . Aí ela senta na frente do PC e vai olhar quem ‘chamou’.
E tcharaaaaaaaaaaaaaaaaan... Quem era????
O EX CANDIDATO A PRÍNCIPE! É, aquele mesmo, o aspirante a namorado.
Segue a conversa, ou melhor, o monólogo, já que a Princesa só viu as mensagens uma hora depois.
-Oiiiiiiiiiiii. Tudo bem?? Hoje estava no trânsito e lembrei do sobrinho. Vi um *CALO BLANCO (carro branco)
*Isso porque uma vez a Princesa, ele e o sobrinho estavam indo ao shopping e o sobrinho disse: Olha o CALO BLANCO!!!!
-Tá ocupada é? Tudo bem, tenho auto-estima suficiente pra falar sozinho e ainda rir...
-Manda lembranças pro sobrinho e pro teu cachorro porque ELES são parceiros.
-Beijão!
Agora me diga, tem cabimento??? Quantos carros brancos existem no trânsito desta cidade??? E ele veio se lembrar disso só agora????
Tô achando que essa alma quer reza!

domingo, 30 de agosto de 2009

De novo

“As minhas intenções são diferentes...”
São nada!!!!!
Porque se fossem, teria vindo quando convidei.
Teria dado um jeitinho de me ver, nem que fosse rapidinho...
Eu não sei viver assim... Eu não me acostumo com essa vida moderna, onde nem tudo que parece é.
Eu não quero só parecer. Eu quero ser!
Eu quero sim um rótulo e todos os pesos que ele traz.
Eu quero ter com quem fazer planos.
Eu quero a segurança que hoje eu não tenho.
E eu queria que fosse você... Eu achei que seria você
Mas eu me enganei de novo... É uma pena!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Quase


Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.Quem quase ganhou ainda joga,quem quase passou ainda estuda,quem quase morreu está vivo,quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Vamos ver no que vai dá

A proposta foi feita...
Não gostei do resultado
Ela não foi aceita e nem recusada.
Vamos ver o que vai dá... Vamos ver como será o fim de semana!
A Princesa está com aquela impressão de que as coisas não vão sair do jeito que ela queria. E o pior é que ela sempre acerta!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Amor é um fogo que arde sem se ver


...
É um contentamento descontente
...
É um não querer mais que bem querer
...
É nunca contentar-se de contente
...
Mas como pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Camões

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

De cabeça


Demorou, mas aconteceu o mais provável
Mergulhei de cabeça
Tirei as redes de proteção
Agora estou em queda livre
Confesso que estou gostando da sensação
Perdi até (um pouco) do medo
E seja o que Deus quiser...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ter ou Não Ter Namorado Eis a Questão


Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.

Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira - d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.

Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.

Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria. Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA.
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Por que ?


Por que quando a gente acha que tudo está indo bem acontecem coisas para atrapalhar?
Por que tem que ser igual à outra vez? Vai ser assim pra sempre é?
Por que eu não consigo conduzir a situação da melhor forma possível?
Por que eu não aprendo com os erros?

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Milágrimas (Alice Ruiz e Itamar Assumpção)

Em caso de dor ponha gelo
mude o corte de cabelo
mude como modelo
vá ao cinema dê um sorriso
ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo

se amargo foi já ter sido
troque já esse vestido
troque o padrão do tecido
saia do sério deixe os critérios
siga todos os sentidos
faça fazer sentido
a cada mil lágrimas sai um milagre

caso de tristeza vire a mesa
coma só a sobremesa coma somente a cereja
jogue para cima faça cena
cante as rimas de um poema
sofra penas viva apenas
sendo só fissura ou loucura
quem sabe casando cura ninguém sabe o que procura
faça uma novena reze um terço
caia fora do contexto invente seu endereço
a cada mil lágrimas sai um milagre

mas se apesar de banal
chorar for inevitável sinta o gosto do sal do sal do sal
sinta o gosto do sal
gota a gota, uma a uma
duas três dez cem mil lágrimas
sinta o milagre
a cada mil lágrimas sai um milagre
cante as rimas de um poema
sofra penas viva apenas
sendo só fissura ou loucura
quem sabe casando cura ninguém sabe o que procura
faça uma novena reze um terço
caia fora do contexto invente seu endereço
a cada mil lágrimas sai um milagre

*Texto roubado descaradamente do blog Pão e Circo (Michelle Ferret)