segunda-feira, 25 de junho de 2012

Não sou uma pessoa de coração duro ou sem sentimento. Ao contrário, tenho sentimento até demais o que, algumas vezes, não é tão bacaninha.
Fiquei bem mexida com sua carta e sua mensagem no celular. E não duvido dos seus sentimentos. Já cheguei a duvidar, mas hoje não mais. Acontece que meu medo é maior do que qualquer outro sentimento. Imagina se eu resolvo voltar e mais uma vez me decepciono? Não seria justo comigo.
 Como eu já disse inúmeras vezes: quero ficar com alguém que também queira ficar comigo, que participe da minha vida não por obrigação, mas pelo prazer de estar ao meu lado. Alguém que reconheça o meu valor, não só na fase da conquista, mas durante todo o relacionamento, que me dê segurança para não achar que a qualquer momento o namoro vai acabar ou ’noiada’ com a aproximação de uma ex-namorada.
Naquela sexta-feira te fiz esses questionamentos e eles continuaram sem respostas. Não senti nenhuma segurança que dessa vez seria diferente. Então, acho que se é para retomar algo que não me fez bem, é melhor deixar como está. Porque, às vezes, só o amor e o carinho não são suficientes para manter um relacionamento para sempre como você disse na carta. É preciso ceder, fazer as vontades, ser parceiro e amigo. Mas não só um dos dois, os dois  têm que está inteiros. E, você sabe, que nenhuma das vezes você esteve inteiro...
É isso!
Bjs

quarta-feira, 20 de junho de 2012

E de repente a gente descobre que aquela fortaleza não é tão forte quanto a gente pensava ser. Ou quanto à gente queria que fosse...
E nesta hora a gente percebe o tamanho da nossa impotência diante da vida.
E entrega tudo nas mãos d' Ele. Nas mãos certas.
'E naquele dia Deus pintou o céu com o azul mais bonito pra receber você vovó.'

Tá faltando você... Saudade da vovó Benigna, do sorriso, das longas histórias, do jeito aparentemente rude, porém, completamente atencioso e amoroso.

Como Fernando Anitelli traduziu em uma de suas músicas ”Tem gente rezando no escuro, tem gente sentindo ausência”. E quanta gente anda sentindo a ausência, né? A saudade é enorme e a vontade de querê-la aqui, por perto, maior ainda. Até porque, ninguém quer dizer “até logo” a quem ama. Mas chegou a hora, e repentinamente, tivemos que nos despedir. Com os corações pequenininhos e ainda sem acreditar, tivemos que dar ‘até logo’ a essa pessoa que sempre nos encheu de muito amor e carinho, com seu jeito quase rústico e teimoso de ser, mas a alegria de ter vivido todos esses anos a base de sua sabedoria nos dá forças para passar por esse momento de extrema dor e saudade.

Seus ensinamentos ficarão gravados na vida daqueles que a senhora não foi apenas uma mãe, uma avó, uma tia, uma prima, uma irmã, mas sim um porto seguro que mesmo distante tinha o poder de estar presente. A senhora se foi, mas deixou em cada pessoa, que teve a felicidade de te conhecer, um pedacinho seu.

Como somos privilegiados por ter essa recordação para sempre guardada no nosso coração.
Hoje conseguimos dimensionar o quanto aquele abraço nos fará falta. Tão caloroso amoroso e carinhoso. Sem palavras, apenas um único gesto e uma sensação de proteção total, de que nada falta.

Mas acredito que, neste momento, não deve haver tristeza em nossos corações, e sim, alegria. Tivemos a oportunidade única de conviver e compartilhar de momentos especiais. De aprender a ser forte e lutar. De vencer. E serão esses momentos e ensinamentos que lembraremos para sempre.

E quando a saudade apertar será do seu sorriso, do seu abraço, das suas palavras e histórias que lembraremos. E isso nos alimentará a continuar a seguir em frente, a lutar e ser forte.

A dor é grande, a saudade pior ainda, mas a lembrança de cada reunião familiar, das férias passadas no interior, das inumeras histórias que a senhora tinha prazer de nos contar vão estar da lembraça de todos nos.

Saudades da infância... Ahhhhh!!!! Nossa infância... Marcada:
Pela liberdade de brincar e correr de pés descalços pelo terreiro.
Pelo cheirinho do leite, do café ao fogão à lenha, da manteiga, do queijo, das coalhadas, canjicas e pamonhas preparados por vovó.

Do “ti ti ti ti”, barulhinho emitido, logo cedo, enquanto jogava milho para as galinhas. Do chocalho e mugido da boiada. De ouvir o seu berreiro: “Não vão acordar? Já está tarde, são 06h da manhã” ou “cuidado com a água menino, apresse esse banho” que mandava a gente tomar às 17h.
E ao entardecer, lá estava vovó tricotando, em sua cadeira de balanço, entre mantas, luvas e sapatinhos. Sim, era através do tricô e crochê que observávamos e admirávamos uma das suas maiores habilidades.
O tempo foi passando e fomos vendo o quanto vovó estava certa... Crianças devem aprender desde cedo o sentido da palavra respeito e honestidade. Que dividir o “muito” hoje, é prevenir que não falte o de manhã, isso se chama disciplina.

Foram muitos os ensinamentos deixados por ela. Fica a lembrança da mulher guerreira, trabalhadora, companheira, esposa, mãe, amiga e vó... A NOSSA vovó Benigna.

A vida nos ensinou a dizer adeus, a você vovó, sem tirá-la do coração. A senhora estará sempre presente nas doces lembranças, dentro de cada um de nós. Te amamos tanto que nem sabemos como explicar.

O mundo hoje é bem menos belo, menos simples, menos humilde, menos amoroso, menos carinhosoe sem o seu sorriso para iluminar nossas vidas, sem a possibilidade de encontrá-la e daquele abraço repetir. Mas conseguimos suportar a saudade, pois sabemos que está com Deus e um dia haveremos de nos encontrar, todos nós.
Que ai do Céu a senhora continue a olhar, abençoar e guiar nossos passos. Porque, aqui da Terra, ainda daremos muitos motivos pra senhora se orgulhar de nós. E hoje temos a certeza que: "Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós".

Agradecemos pela senhora ter sido a melhor avó. Tomara que aí no céu tenha um monte de anjinho potoqueiro que é para a senhora nunca se esquecer da gente.