Queria que ele chegasse na porta do meu quarto e perguntasse: Tá trabalhando não, né? Então deixa eu jogar o pouquinho?”. Eu juro que eu largaria os textos e deixava ela jogar. É porque jogar paciência é a única coisa que ele sabe fazer no computador, além de ligar e desligar.
Ou então que ele pedisse para eu corrigir as tabelas com as despesas e receitas lá da fazenda: “Carlinhaaaaa, eu acho que eu fiz alguma coisa errada. Vem ver aqui.” Dessa vez eu não reclamaria e ensinaria paciente –e pela milésima vez – como inserir uma linha na tabela.
Queria chegar da missa amanhã de manhã e ser obrigada a assistir aqueles cantadores desafinados que se apresentam num tal Viola Minha Viola.
Mas o destino nos prega umas peças de vez em quando e, pelo menos, por enquanto não vamos poder fazer isso juntos. Mas eu tenho certeza, que daqui há alguns dias ele vai está aqui em casa me aperreando.
Vai olhar o jornal ou escutar, morrendo de orgulho, minhas histórias jornalísticas. Não vai falar nenhuma palavra bonita, mas também nem precisa porque aqueles olhos verdes – os quais eu poderia ter herdado, mas não, ganhei o dedo do pé torto – não conseguem disfarçar, nem as alegrias e nem as tristezas.
Eu tô esperando, viu?? Volte logo!