segunda-feira, 25 de maio de 2009




"...Você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeito. Assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira. É, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira... Mas nunca, em nenhum momento, essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente."

Eu realmente abri todas as janelas e portas ... Mais do que isso, derrubei sim as paredes, arranquei o telhado sem dó e deixei você crescer livremente.
Fiz tudo isso porque acreditei que seria diferente. Nem lembrei da possibilidade dos frutos não serem doces e das flores não terem o meu cheiro preferido.
E foi justamente o que aconteceu: A árvore cresceu, mas os frutos eram podres e as flores sem cheiro.
Agora estou sem proteção, porque derrubei todas as barreiras para te deixar crescer, e sem a árvore porque é preciso podar os galhos podres para deixar que novos arbustos surjam bonitos e saudáveis.

Um comentário:

  1. Mas a vida requer esta coragem de se "desarmar", de derrubar muros e tetos, sob a pena de não provar o que ela tem de bom. E vc foi feliz e cresceu com tudo isso. E que venham novas árvores e outros telhados...
    bjs, amore.

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